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quinta-feira, 1 de março de 2018

And the Oscar goes to…



 De natureza humana, a vaidade é um dos vícios mais famosos e contraditórios. As pessoas a assumem, outras a negam, mas o fato é que a vaidade está atrelada a toda personalidade. O ser humano é o único animal vaidoso porque é o único que tem consciência de si mesmo. Basta olhar os reality shows e as redes sociais. A vaidade pode ocultar-se ainda, no medo de errar, mas o que de fato importa é compreendermos que tudo isso não passa de falsos caminhos, que nos iludem e nos tomam a vida.
Em verdade, ao homem completo e já conscientemente formado no plano maior da espiritualidade, desnecessário seria ter uma motivação para agir e viver. Somos incapazes de mover um copo de lugar sem vislumbrarmos uma recompensa, porém nem percebemos que quando agimos neste patamar, estamos agindo no desamor. Trabalhamos por dinheiro. Ajudamos, porém, logo pensamos nos créditos que acumulamos junto aos outros, exigimos nem que seja um agradecimento, caso contrário, nos frustramos, julgamos e criticamos o mal-agradecido. 
Após esse prólogo todo que fiz venho comentar sobre “os prêmios”, “as honrarias”, “as comendas” que são distribuídas aos considerados “melhores”. Instituições fazem questões de realizar esse tipo de evento no intuito de cada vez mais aumentar a vaidade e ao mesmo tempo alimentar o ego daqueles que fazem de seus atos o patamar para o reconhecimento público.
O que agregam ao desenvolvimento pessoal e humano dos envolvidos essas condecorações? Seria apenas o alimento a nossa vaidade, orgulho, soberba, o nosso desejo de diferenciar-nos da massa por alguma coisa que espetaram no nosso peito sem sabermos exatamente o porquê e nos faz coçar a cabeça na dúvida sobre a existência do mérito que viram em nós, ou não viram coisa nenhuma, além da oportunidade de desovar uma condecoração encalhada à espera de um candidato disposto a encará-la. Ou tudo se transforma num agradável espetáculo social desprovido de significado, em que tanto engrandece a vaidade daquele que tem o poder de conceder a medalha, o mérito e o faz, quanto a daquele vai recebê-la e a de seus familiares chorosos de emoção sentados na plateia.
Alguém pode dizer que esta é uma forma muito negativa de ver as coisas e talvez tenha razão, mas o fato é que as melhores pessoas que conheço nunca receberam uma comenda e tampouco irão receber. Melhor assim e o reconhecimento pessoal de dignidade indiscutível que lhes farão respeitados e que lhes transmitirão paz.
Paz e bem!
Professor João Abílio

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