De natureza humana, a
vaidade é um dos vícios mais famosos e contraditórios. As pessoas a assumem,
outras a negam, mas o fato é que a vaidade está atrelada a toda personalidade. O
ser humano é o único animal vaidoso porque é o único que tem consciência de si
mesmo. Basta olhar os reality shows e as redes sociais. A vaidade pode
ocultar-se ainda, no medo de errar, mas o que de fato importa é compreendermos
que tudo isso não passa de falsos caminhos, que nos iludem e nos tomam a vida.
Em verdade, ao homem completo e
já conscientemente formado no plano maior da espiritualidade, desnecessário
seria ter uma motivação para agir e viver. Somos incapazes de mover um copo de
lugar sem vislumbrarmos uma recompensa, porém nem percebemos que quando agimos
neste patamar, estamos agindo no desamor. Trabalhamos por dinheiro. Ajudamos,
porém, logo pensamos nos créditos que acumulamos junto aos outros, exigimos nem
que seja um agradecimento, caso contrário, nos frustramos, julgamos e
criticamos o mal-agradecido.
Após esse prólogo todo que fiz
venho comentar sobre “os prêmios”, “as honrarias”, “as comendas” que são distribuídas
aos considerados “melhores”. Instituições fazem questões de realizar esse tipo
de evento no intuito de cada vez mais aumentar a vaidade e ao mesmo tempo
alimentar o ego daqueles que fazem de seus atos o patamar para o reconhecimento
público.
O que agregam ao desenvolvimento
pessoal e humano dos envolvidos essas condecorações? Seria apenas o alimento a
nossa vaidade, orgulho, soberba, o nosso desejo de diferenciar-nos da massa por
alguma coisa que espetaram no nosso peito sem sabermos exatamente o porquê e
nos faz coçar a cabeça na dúvida sobre a existência do mérito que viram em nós,
ou não viram coisa nenhuma, além da oportunidade de desovar uma condecoração
encalhada à espera de um candidato disposto a encará-la. Ou tudo se transforma
num agradável espetáculo social desprovido de significado, em que tanto
engrandece a vaidade daquele que tem o poder de conceder a medalha, o mérito e
o faz, quanto a daquele vai recebê-la e a de seus familiares chorosos de emoção
sentados na plateia.
Alguém pode dizer que esta é uma
forma muito negativa de ver as coisas e talvez tenha razão, mas o fato é
que as melhores pessoas que conheço nunca receberam uma comenda e tampouco irão
receber. Melhor assim e o reconhecimento pessoal de dignidade indiscutível que
lhes farão respeitados e que lhes transmitirão paz.
Paz e bem!
Professor João Abílio
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