Aqui pensando, nesse feriado do dia da Proclamação da República...
Sabe aquela saudade de momentos que não voltam, de palavras que foram
ditas, de uma história que foi escrita, mas que seus personagens se perderam no
meio do caminho, e uns acabaram por desaparecer, quanto que outros construíram
novas histórias em cima de páginas deixadas em branco por uma história
inacabada!
Foram muitas as histórias no meu querido bairro das Flores, lugares
inesquecíveis:
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Oiticica da capoeira, com balanços, de pular de
um galho para outro;
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Babugens na época do inverno na capoeira do Dr.
Paulo( in memoriam);
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“Matar Passarim” nas manhãs de sábado e domingo,
na semana não podia, pois íamos à escola, “João Parente”;
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Durante o inverno, quando aparecia os novos “matim”
saíamos em busca de pegar calango. Daí pegávamos os “pauzim” de marmeleiro para
fazer tipo a nossa “arma”: Um cambito onde na ponta tinha uma bifurcação que
facilitava a captura do calango. Lembro-me que colocávamos dentro de uma
garrafa e quando chegávamos em casa tínhamos várias opções : ou botávamos pra
brigarem ou íamos “ser médicos” e abria todo o animalzim. Nessa mesma
perspectiva, nós saímos no jardim da Tia Dulce (in memoriam) e junto às flores
da “Boca de Leão”, capturava as borboletas para amarrar uma linha em sua calda
e ficar esbanjando pelas ruas;
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E quando me lembro das noites quando nos juntávamos
no poste em frente à Dona Francisca do Sr. Antonio (in memoriam aos dois),
planejávamos de todas as brincadeiras, a contar: do boi (correr atrás do outro
até triscar e ao ser triscado o mesmo se transformaria no boi), do Pica lata (jogava-se
a lata e todos os outros se escondia. A missão era de encontrar cada um, o
último se transformava na pessoa que iria pegar a lata), de bandido (nessa
época as nossas gangues eram de brincadeirinha, diferente das de hoje! Ui!), da
bandeira (ficavam dois times, um de um lado e o outro do outro, o objetivo era
de pegar abandeira do outro time sem ser
tocado). O legal era quando tinha as meninas daí nós íamos brincar do Cai no
poço, momentos onde aproveitávamos para abraçar, beijar ou passear com as “paquerinhas”,
brincar do anel e descobrir onde o mesmo estava, se não encontrasse ia pagar
prenda. Poderia citar várias outras... Sem contar quando faltava energia essas
brincadeiras ficavam bem mais divertidas só com o clarão da lua.
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No inverno as nossas energia eram extravasadas ao
extremo, pois além do riacho Catitu que era muito perto de nossas casas existia
o rio Jacurutu, o açude do Caio sem contar o açude do seu Zeca(in Memoriam). Só
pra lembrar que nem sempre nossas mães deixavam, daí era um problema o retorno
pra nossas casas... esperávamos secar nossas roupas ao sol. E o problema quando
esquecíamos nossas chinelas, eita pisa.
ü
...
Sabe aquela vontade de trazer tudo que um dia foi importante, que ficou
marcado pra sempre, mas que hoje não passa de lembranças! É só nostalgia mesmo,
há momentos na vida que acontece uma única vez, e que marcam nossas vidas pra
sempre, como se fosse um eclipse sem ciclos, um único momento, intenso, raro e
depois que passa cada um segue sua trilha como se um nunca tivesse cruzado o
caminho do outro.
Saudades de um povo bom que se foi, ou embora de nossa cidade, ou pra
eternidade, saudade dos meus amigos de infância, dos meus amigos da escola, dos
meus amigos da faculdade, saudades dos meus amigos de trabalho. Tudo passa e
esse tempo passou, e hoje sinto que o tempo é muito generoso, mas ao mesmo
tempo cruel. E numa linha de homenagear a todos que passaram por mim. Fiquem em
paz cada um!
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