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terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

ESCOLA UM LUGAR DE APRENDIZAGEM E RELACIONAMENTOS


Sem dúvida nenhuma, a construção de uma relação entre a escola e a família é um dos desafios atuais quando o assunto é Educação. O que devemos fazer quando essas duas instituições possuem visões diferentes sobre quais são as regras e os limites que devem ser impostos aos jovens e crianças? Antes de qualquer coisa, precisamos ter clareza sobre o papel que cada uma das instituições, família e escola, desempenha na formação dos alunos, e sobretudo compreender as transformações pelas quais elas vêm passando, para atuarmos de forma construtiva nesse contexto.
Tenho percebido o incômodo manifestado por alguns pais nas mídias locais diante da situação do fardamento escolar nas escolas públicas municipais. Nesse “disse me disse” me vejo motivado a expressar sobre esse assunto, pois sendo professor me sinto muito “apto” a manifestar meu ponto de vista.
Para isso precisamos ver essa questão por vários prismas, o que nesse momento irei fazer. O uso do fardamento escolar sempre foi motivo de muita polêmica; Os defensores, de um lado, destacam a praticidade e a segurança que ela oferece às famílias e instituições. De outro, critica-se a falta de autonomia e liberdade que a padronização impõe. E ainda nesse momento destaco a questão financeira dos municípios.
Como ponto positivo destaco A praticidade - Quando o aluno começa a se importar mais com a sua vaidade, e o uso do uniforme impede a perca de tempo na escolha da roupa certa; O desgaste de outras roupas - Ao usar regularmente o uniforme escolar, evitamos o desgaste de outras roupas que podem ser usadas em outras ocasiões e locais diferentes do ambiente escolar; Diferencia os ambientes -  Usando o uniforme desde pequenos, consegue-se separar claramente a diferença entre o ambiente escolar com os outros na cabeça das crianças, conferindo assim responsabilidade; Segurança e disciplina - O uso do uniforme implica em disciplina com relação a todos na escola e também oferece mais segurança, podendo-se diferenciar claramente quem faz parte ou não do Colégio.
Há ainda os que percebem como ponto negativo é que a escola, como “ambiente de preparação para o espaço público plural, deve reconhecer as diferenças, valorizar o contato com o que não é igual. A escola não é lugar para o homogêneo, que não muda quando interage. Não combina com fardamento. Ou ainda que porque uniformizar é excluir, do âmbito do processo de ensino-aprendizagem, as lições que se podem tirar do debate sobre o que vestir”. Embora respeitar esse ponto de vista ele não traduz o meu pensamento.
E finalmente a questão financeira dos municípios. Pude perceber que não existe nenhum “fundo” específico para que qualquer administração compre e distribua para os educandos o fardamento escolar, afinal conforme o art. 70 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o uniforme não é considerado despesa de manutenção e desenvolvimento do ensino. Dessa forma, os recursos que a União repassa aos Estados e Municípios para a manutenção e desenvolvimento do Ensino, não podem custear compra de uniformes. Essa despesa sai do caixa do estado e/ou município, quando assim o desejarem e puderem. Ainda no que diz respeito a legislação brasileira que trata de fardamento escolar posso destacar a Lei nº 8.907, de 6 de julho de 1994 onde determina que o modelo de fardamento escolar adotado nas escolas públicas e privadas não possa ser alterado antes de transcorrido cinco anos. Isso quando as escolas adotarem. Destaco ainda que encontra-se em tramitação na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei nº 2.728-B, de 2007, de autoria do Senador Garibaldi Alves Filho, que  “Institui a obrigatoriedade de uso de uniforme estudantil padronizado nas escolas públicas, altera o art. 70 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e autoriza a criação, pela União, do Programa Nacional de Uniforme Escolar.
O processo educativo tem uma relação direta com as demandas sociais — então, nada mais natural que mude toda a realidade ao seu redor. Considerando tudo isso, é salutar que a comunidade queira participar e interagir das decisões em suas Unidades Escolares. Essa é a melhor maneira de tomar decisões de forma mais pluralista — um detalhe que pode parecer insignificante, mas faz bastante diferença. Pense que as opiniões distintas podem ser incrivelmente agregadoras, tornando mais fácil as tomadas de decisões, e o melhor de tudo: as opiniões estão longe de ser um determinante ou uma regra. Nesse sentido as escolas não tomam decisão de forma unilateral, elas buscam ouvir toda comunidade escolar e ninguém melhor para saber de suas necessidades do que a própria escola e o seu contexto social. Aos pais minha sugestão de procurarem as escolas e discutirem o que é melhor pra vocês, não coloquem nas mãos de outrem o que a vocês competem. Concluo meu pensamento com a seguinte frase: "O uso do uniforme pode ser algo desejável e incentivado pela rede ou pela escola, porém o estudante que não o usa não pode ser impedido de frequentar a sala de aula"
 Paz e bem para todos!

Professor João Abílio

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